Setembro
Boletim da FAEB
Ilustrações a partir dos bordados do Grupo Bordelando.
Text
ASSOCIE-SE
Setembro, o mês da primavera dos museus, começa com o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, tragédia anunciada, dado o descaso histórico a esses espaços de arte, ciência, cultura e memória. A estatística assusta. Em 2015, para relembrar alguns mais famosos, o fogo atingiu o Museu da Língua Portuguesa, consumindo todo seu acervo, em sua maioria digital.Em 2013, o fogo destruiu os interiroes do auditório Simón Bolívar, parte integrante do complexo do Memorial da América Latina. Em todo o país, as condições desses espaços são precárias e muitos encontram-se fechados, como podemos ver nesse trecho do manifesto de ativistas de movimentos culturais do Amapá: Temos sim que chorar pelo Museu Nacional...Nosso maior acervo Arqueológico Maraca e Cunani estavam nesse Museu. Temos em nosso Estado do Amapá, mais de 70 Sítios Arqueológicos cadastrados pelo IPHAN, Antes que todos desapareçam, estamos nos mobilizando para agir por eles...E não esquecemos que no Amapá o Museu Joaquim Caetano está fechado... Também o Museu Kuahi no município de Oiapoque também encontrasse fechado. Ou agimos, ou vamos lamentar em breve! (contribuição de Rildo, nosso representante FAEB no Estado do Amapá). A luta por esses espaços é urgente e passa tanto por processos de atenção de políticas públicas quanto políticas educacionais. Nesse sentido, o boletim de setembro traz exemplos de projetos educativos que passam por educação patrimonial, memória, comunidade e pela criação de museus de território. Essa proposta de musealização do território visa despertar nos indivíduos um conhecimento crítico e uma ação transformadora da sociedade. É essa a experiência que a professora Elenilce Mourão nos apresenta: a formação de recursos humanos em educação para o patrimônio, mediação, expografia, conservação, dentre outros, vinculados ao Projeto Matriz Ecomuseu Delta do Parnaíba, concebido como uma Rede de Museus de Território, equipamentos culturais descentralizados e autônomos, orientados por boas práticas de Ecomuseus, a considerar o território, as pessoas e o patrimônio cultural. O ensaio visual, que também compõe o projeto gráfico desta edição, vem de uma experiência de mulheres, professoras aposentadas no Distrito Federal, que se reúnem sistematicamente, há 18 anos, para bordar e compartilhar vidas, afetos, histórias e memórias, realizando performances em locais públicos e exposições. Neste grupo, temos Celinha, nosso anjo da FAEB, que foi a interlocutora para que o trabalho fosse apresentado nesse boletim. Para o espaço Diálogos Internacionais, temos como entrevistada a Dra. Olaia Fontal Merillas, professora Titular na área de Didática de Expressão Plástica na Universidade de Valladolid/ Espanha. Olaia tem uma linha de pesquisa em Educação Patrimonial e gerencia o Observatório de Educação Patrimonial na Espanha. Para a pesquisadora, conhecer programas que estão sendo feitos em educação patrimonial nos permite tomar o pulso da educação patrimonial em um país, mas também nos fornece um "banco de boas práticas" que, por sua vez, expande o leque de possibilidades sobre o que pode ser realizado na educação patrimonial. Na seção Confaeb 2018, para fazer um link com a vibe desse boletim, divulgamos detalhes da mesa História e Memória. Temos, ainda, uma nota sobre a reunião da FAEB no CNE, que aconteceu no dia 13 de setembro de 2018 e um resumo II Seminário de Arte Educação e Intercultura da Região Norte, que aconteceu no Amazonas, onde importantes questões foram elaboradas para serem discutidas neste Confaeb. Por fim, nosso mural, onde procuramos divulgar ações diversas relacionadas à arte e seu ensino, por todo o território nacional. Leda Guimarães
editorial
Boletim da FAEB Ano 1 | Número 6 | Setembro de 2018
De 6 a 9 de novembro
confaeb 2018 brasília - DF
No CONFAEB 2018 vai ter: Mesa de História e Memória - desvelando precedentes do ensino de arte no Brasil As professoras Eva Wairos e Vera Catalão estarão na “Mesa-redonda 07 - História e Memória: desvelando precedentes do ensino de arte no Brasil”, ambas fazem parte do grupo de trabalho de construção do Museu da Educação do Distrito Federal que configura-se como espaço cultural e educativo composto de histórias do pioneirismo e da utopia presentes na construção do sistema de ensino de Brasília e da proposta revolucionária de autoria do educador Anísio Teixeira. A professora Eva Wairos apresentará o legado de Anísio Teixeira para o ensino de Arte, as propostas educacionais formuladas pelo educador estão essencialmente voltadas para a educação do homem comum, com grande variedade de currículos e programas. O propósito anisiano era elevar a educação das camadas populares a um novo patamar e adequá-la às necessidades de uma sociedade em processo acelerado de desenvolvimento. A professora Vera Catalão nos recordará as contribuições e ações da arte-educadora Laís Aderne para o campo da Arte-educação. Laís Aderne foi artista, arte-educadora e professora da Universidade de Brasília (UnB) na área de cultura e sociedade, presidente do Instituto Huah do Planalto Central. O legado de Laís Aderne para Brasília ultrapassou o teatro, ela idealizou a Casa de Cultura da América Latina (CAL), o Festival Latino Americano de Arte e Cultura (FLAAC), a Feira do Troca de Olhos D’água e o EcoMuseu do Cerrado. Raíssa Gregori, atriz, pesquisadora e presidente da Fundação Brasileira de Teatro (FBT) contribuirá com o legado da atriz, diretora, produtora de espetáculos e professora de teatro, Dulcina de Moraes, que lutou para a formação e a profissionalização do artista brasileiro, criando a FBT e a primeira faculdade privada de Arte do Brasil, deixando-nos respeito, humor, profissionalismo, cultura e amor pelo teatro. Prof.ª Dra Luzirene do Rego Leite - SEEDF/FADM Diretora Financeira da FAEB
Aula de Arte na primeira escola pública do Distrito Federal - Escola Júlia Kubitschek, criada em 1957.
Entrevista com Prof.ª Dr.ª Olaia Fontal Merillas Titular na área de Didática de Expressão Plástica na Universidade de Valladolid/Espanha
Diálogos INTERNACIONAIS
Por: Sidiney Peterson Diretor de Relações Internacionais da FAEB biênio 2017-2018
SP: Olaia, primeiro desejo agradecer por sua participação em nosso Boletim e pedir para que iniciemos com você falando sobre sua formação e projetos que vem desenvolvendo no campo de Educação Patrimonial. OF: Sou licenciada em Artes Plásticas pela Universidad del País Vasco/Euskal Herriko Unibertsitatea (UPV/EHU), licenciada em História da Arte e tenho doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Oviedo. Trabalho, na Espanha, em uma linha de pesquisa em Educação Patrimonial que pretende ser uma referência no cenário internacional. Gerencio o Observatório de Educação Patrimonial na Espanha - OEPE (Ministério da Ciência, Inovação e Universidades-Governo da Espanha), co-dirijo o Plano Nacional de Educação e Patrimônio e a Rede Internacional de Educação Patrimonial (Subdiretório do Instituto do Patrimônio Cultural da Espanha, Ministério da Cultura -Governo da Espanha). Como continuidade desta trajetória, pretendo gerar na Europa um Observatório Europeu da Educação e do Patrimônio, bem como um Plano Europeu de Educação e Património, para o qual solicitámos várias subvenções europeias. SP: Qual é a história e o papel do OEPE (Observatório de Educação Patrimonial na Espanha) em nível nacional e internacional? OF: Conhecer programas que estão sendo feitos em educação patrimonial nos permite tomar o pulso da educação patrimonial em um país, mas também nos fornece um "banco de boas práticas", que por sua vez expande o leque de possibilidades sobre o que pode ser realizado na educação patrimonial. Mas, além disso, evita-nos a procurar transferências desnecessárias, em outras palavras, nem todo programa educacional deve aspirar a ser transferível, mas ser uma referência em si, capaz de funcionar no contexto em que foi aplicado. Em 2009 entendemos que naquela época não havia coordenação, intercomunicação e padronização na área da Educação Patrimonial na Espanha, país que, por seu volume de patrimônio declarado nos níveis internacional, nacional e regional, deveria ser uma das ações mais direcionadas a conservação, difusão e conscientização para esse patrimônio. Foi o momento em que decidimos apresentar o projeto de I + D + i que finalmente deu origem ao Observatório da Educação Patrimonial na Espanha (OEPE). Embora soubéssemos da existência de inúmeros projetos, programas e ações gerados por alguns grupos de pesquisa, grupos, fundações, museus e associações, não encontramos princípios de ação, modelos ou abordagens comuns. Também não dispúnhamos de instrumentos, equipes de investigação especializadas ou financiamento público em educação para alocar recursos para classificar, analisar e sistematizar todas essas ações dispersas e descoordenadas, o que permitiria ao nosso país ser competente no campo internacional em projetos europeus e internacionais e redes ligadas à Educação Patrimonial. Tudo isso fez com que propuséssemos conhecer, coordenar e definir padrões de qualidade em educação patrimonial na Espanha. Assim nasceu o Observatório de Educação Patrimonial na Espanha (OEPE), que tem seu primeiro desenvolvimento entre janeiro de 2010 e dezembro de 2012, um segundo triênio entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015 e um terceiro entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018. Deste observatório foi gerada uma base de dados (Base OEPE) que inventaria atividades, programas, projetos, planos, materiais didáticos, redes, conferências, cursos, concursos, etc., realizados na Espanha nos últimos dez anos. Por outro lado, inclui uma página da web (www.oepe.es) que serve como ferramenta para disseminar a educação patrimonial, refletindo os programas localizados mais significativos. Destina-se a ser um ponto de encontro para aqueles que desejam aprofundar estudos sobre educação patrimonial e tem seções diferentes, como biblioteca, congressos, seminários, informações relevantes, um espaço de debate, uma seção em que programas singulares são selecionados, etc. SP: Com base nas pesquisas e publicações realizadas pela OEPE, como você pode diagnosticar a Educação Patrimonial hoje, no contexto espanhol? OF: O OEPE nos fornece uma estrutura para revisão contínua da literatura por meio de pesquisas contínuas, o que nos permite diagnosticar mudanças e a evolução da disciplina. A primeira transformação a que devo referir é o termo educação patrimonial, que evoluiu a partir da didática do patrimônio e conseguiu, hoje em dia, consolidar uma disciplina de trabalho. Essa dimensão conceitual do assunto é uma das principais linhas de pesquisa que foram identificadas na análise retrospectiva desta última década; essa linha inclui pesquisas sobre processos de patrimonialização, novos modelos de trabalho ou a criação de um desenho universal. Outra linha de pesquisa que atualmente estrutura a educação patrimonial enfoca o contexto didático, a museografia, os processos de comunicação, a interpretação ou a disseminação do patrimônio em contextos formais, não formais ou informais. Finalmente, uma das linhas que é aprofundada neste momento é a pesquisa de avaliação. Esta última linha pressupõe a evolução da trajetória que inicialmente fundamentou seu trabalho em conhecer e diagnosticar a educação patrimonial na Espanha, em um segundo momento estudou e definiu planos, redes e modelos de trabalho e, em um terceiro momento, concebeu um método de avaliação de programas de educação patrimonial que atualmente nos permite uma avaliação total do processo educacional, permitindo-nos analisar os projetos, a implementação das práticas e a aprendizagem derivada deles. Latentes são, também, as pesquisas que tratam da acessibilidade na educação patrimonial, a aplicação de novas tecnologias no ensino e comunicação do patrimônio, a acessibilidade da sociedade, a inovação de recursos, modelos e estratégias de ensino, bem como a contínua análise legislativa e curricular do tema. A produção científica desenvolvida na Espanha, nos últimos dois anos, em termos de educação patrimonial conseguiu lugar entre os três primeiros da produção mundial. Especificamente são 27 artigos impacto derivado do OEPE, no período mencionado, 9 teses de doutoramento nos últimos 5 anos. São dados representativos que mostram o crescimento da disciplina e favorece o aumento do número de nível de publicações científicas que servem como contribuição para alcançar essa situação preferencial. O diagnóstico atual nos leva a refletir sobre as ações a serem realizadas no futuro, definindo linhas, no entanto, podemos concluir que a Espanha deu um grande salto no século XXI, o que pode ser claramente ilustrada pela consolidação da OEPE como corpo de análise e avaliação de educação patrimonial e seus programas, a definição de um Plano Nacional de Educação e do Patrimônio, e o estabelecimento de redes e pontes de colaboração internacionais que promovem intercâmbio e transferência de conhecimento. Atualmente, olhamos para um horizonte internacional, aderimos a projetos europeus, definimos chaves de atuação prospectivas e instrumentos de avaliação, ausentes até agora. SP: Os grupos de trabalho são compostos de pesquisadora/e (s) de quais linhas de pesquisa e quais são as relações com a arte e seu ensino? OF: Nossa equipe de pesquisa vinculada ao trabalho do OEPE possui referências internacionais de diversas áreas do conhecimento, principalmente ligadas à didática específica (Educação Artística, Didática da Ciência Social, Didática da Expressão Corporal, Ensino de Línguas), Psicologia, Pedagogia, Sociologia e Humanidades. Temos, principalmente, pesquisadores espanhóis, brasileiros, portugueses, franceses, italianos, cubanos, canadenses e americanos. Recentemente, solicitamos uma ação do COST europeu, incluindo pesquisadores de outros países, como Israel, Alemanha, Croácia e Estônia. SP: Atualmente, como você avalia políticas públicas e privadas para o campo da educação patrimonial, no contexto europeu (principalmente na Espanha)? OF: "Emergentes” e “Emergindo" seriam os dois termos mais precisos. Emergente porque nos últimos 10 anos a Espanha foi equipada com três ferramentas poderosas para gestão administrativa de Educação Patrimonial: 1: O Plano Nacional de Educação e Patrimônio, concebidos no âmbito dos Planos Nacionais de Patrimônio que coordena o Departamento Geral de Instituto do Patrimônio Cultural da Espanha, o atual Ministério da Cultura), que continuou com os planos regionais e entidades, mesmo privadas, tais como o projeto “Duero-Douro”, Patrimônio para o Desenvolvimento; 2º legislação educacional e conteúdos relacionados com o património, tanto no âmbito estatal como no autonômico e 3º O Observatório de Educação Patrimonial na Espanha. Todos esses instrumentos pressupõem um compromisso institucional de investir na Educação Patrimonial, alocando recursos econômicos e gerando recursos educacionais. Além disso, eles têm aumentado exponencialmente as teses de doutoramento, artigos científicos publicados em revistas de impacto tanto nacional como internacional e projetos de pesquisa financiados. Todos estes são indicadores de interesse, vontade de melhorar e compromisso institucional em nosso país. SP: Olhando para o presente, qual é a relevância da pesquisa e das publicações da OEPE para os diferentes níveis de educação e como você acha que a Educação Patrimonial pode ser abordada em sala de aula e em museus, nesses diferentes contextos? OF: As contribuições do observatório concentram-se na avaliação de programas baseados em padrões internacionais, identificados principalmente em textos da UNESCO e da União Européia. Isso nos permite localizar os melhores projetos educacionais e, a partir do estudo dos casos mais excepcionais que obtêm melhores resultados em sua implementação, definir novos padrões. Portanto, uma primeira contribuição visa a avaliação de programas de Educação Patrimonial concebidos e implementados em áreas formais e não formais. Além disso, a análise dos regulamentos (tanto educacionais quanto patrimoniais) permite compreender detalhadamente o tratamento de textos jurídicos em relação à Educação Patrimonial tanto em nível regional, nacional e internacional, a fim de planejar planos de desenvolvimento específicos (como é o caso do Plano Nacional de Educação e Patrimônio ou do Plano de Educação Patrimonial da Comunidade de Madri), elaborando materiais curriculares para a educação primária ou secundária, e até propondo mudanças na lei. Finalmente, uma linha de pesquisa mais recente nos permite analisar os elos do patrimônio a partir da análise de textos nos quais as pessoas explicam ou expressam sua concepção de patrimônio. É o caso da página: www.personasypatrimonios.com, em que atualmente temos mais de 200 cadastros relacionados a patrimônios e sua manifestação verbal.
VISUAL
ENSAIO
BORDELANDO
Em Brasília, há mais de quarenta anos, um grupo de amigas, todas professoras de arte , hoje aposentadas, se encontravam várias vezes por ano para compartilhar momentos importantes de suas vidas. Num desses encontros, surgiu a ideia de bordar uma colcha, em conjunto, que seria sorteada entre elas. A intenção era que cada uma delas tivesse sua colcha bordada por todas as amigas. Foi assim que surgiu o Bordelando. O que era um grupo restrito foi se ampliando e hoje bordam juntas 76 pessoas que conservam a proposta inicial. O Grupo Bordelando completou 18 anos de atividades em junho de 2018. O Grupo já realizou 3 exposições e tem um blog, que pode ser acessado clicando aqui.
RELATO DE EXPERIÊNCIA Prof.ª Elenilce Mourão Arte/Educadora, Mestre pelo programa e colaboradora IFPI na formação ved, vella, vellaturam facere: caminhar pela vila
O vilarejo é lugar em direção ao qual as ruas tendem, uma espécie de expansão da rua mestra, como o lago em relação ao rio (…) A palavra deriva do latim vila, que, junto com via, ou ainda mais antigamente ved ou vella, Varrão diz descender de veho, ‘transportar’, uma vez que a vila é o lugar em direção a e a partir do qual as coisas são transportadas. Foi dito vellaturam facere daqueles que viviam agrupados. Daí deriva a palavra latina vilis e o nosso ‘vil’, bem como villain. Isso dá testemunho do grau de degeneração a que se expuseram os habitantes de um vilarejo: exaustos pelo movimento que revoluteia ao seu redor e os atropela,sem que eles mesmos jamais empreendam uma viagem (THOREAU, 2012, apud CARERI, 2013). É em um destes cenários, a duas ruas do mar, no Coqueiro da Praia, Luis Correia Piauí, que o Programa de Pós-graduação, Mestrado Profissional em Artes, Patrimônio e Museologia da Universidade Federal do Piauí, Campus Parnaíba, desenvolve desde 2015, ações de capacitação profissional qualificada para estudos e intervenções, que permitam com o uso de tecnologias sociais, formar com inventividade, criatividade, recursos humanos em documentação museológica e conservação do patrimônio cultural na APA Delta do Parnaíba, criando uma economia da cultura, incluindo e envolvendo as populações residentes e empresas públicas, privadas e sociais. Os projetos do Programa, dentre eles o de formação de recursos humanos em educação para o patrimônio, mediação, expografia, conservação, dentre outros, estão vinculados ao Projeto Matriz “Ecomuseu Delta do Parnaíba”, concebido como uma Rede de Museus de Território, equipamentos culturais descentralizados e autônomos, orientados por boas práticas de Ecomuseus, a considerar o território, as pessoas e o patrimônio cultural. O objetivo geral do Projeto Matriz é incentivar a construção de museus polivalentes e independentes, vocacionados para desenvolver estudos e ações, inventários, registros, documentação, preservação, salvaguarda, educação, divulgação, comunicação e promoção da Paisagem Cultural do Delta do Parnaíba. Diante da realidade da Vila, parte do território de ação do Mestrado, por meio da pesquisa ação e da arte/educação, realiza formações diversas, cursos livres, oficinas, rodas de conversa, envolve e faz participarem as comunidades, da criança ao idoso, para enxergarem seus territórios, perceberem a dimensão dos problemas ambientais e de outras naturezas causados pela utilização irracional do espaço, muitas vezes explorado e usufruído sem consciência e respeito ao outro.
NOTA PÚBLICA DA FAEB SOBRE O ENCONTRO COM A COMISSÃO BICAMERAL DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
A Federação de Arte Educadores do Brasil se reuniu em Brasília com a Comissão Bicameral do Conselho Nacional de Educação no dia 13 de setembro de 2018 apresentando pautas de luta do ensino da arte no Brasil, especialmente no que tange a pedidos de revisão das Diretrizes Curriculares para a inclusão de Arte enquanto área de conhecimento, e, sobre a situação da arte na BNCC do Ensino Médio. Esse documento ainda em construção, traz sérios prejuízos à continuidade da obrigatoriedade da arte na educação básica, conquista dos arte educadores desde a década de noventa. Os conselheiros ouviram as questões apresentadas pela professora Leda Guimarães, atual presidente da FAEB, e asseguraram que são pautas que tem a simpatia do Conselho e que o documento apresentado pela FAEB irá subsidiar as discussões em curso tanto sobre a revisão das diretrizes quanto sobre a BNCC. Na ocasião foi entregue um dossiê com documentos que reivindicam o status de Área de Conhecimento para a Arte desde 2016 e carta de petição encaminhadas em 2018 pela FAEB, Anda e por várias cursos de Licenciatura de IES Brasileiras tais como UFPEL, UFES, UFG, UNICAMP, IFPR, UFMG e do Fórum de Coordenadores de Cursos de Graduação em Artes Visuais, Artes Plásticas, História da Arte, Conservação e Materiais reunidos neste fórum. Estiveram presentes na reunião as professoras Luzirene Rego, diretora financeira da FAEB e professora da Secretaria de Educação do DF e Andreza Barbosa, da Subsecretaria de Educação Básica e da Gerência responsável pelas políticas de Arte Educação no DF. No dia seguinte a reunião, a FAEB organizou um documento a ser protocolado no CNE, como forma de afirmar as questões encaminhadas e reafirmar pontos que não tiveram um aprofundamento devido ao pouco tempo disponível dos conselheiros no CNE. A FAEB considerou a reunião proveitosa, no sentido da visibilidade do engajamento dos profissionais do ensino de arte , mas, considera o terreno nebuloso de não termos respostas mais claras às inquietações que foram apresentadas em relação as contradições das atuais políticas educacionais de uma maneira geral, e de forma específica, em relação ao lugar da arte na Educação Básica, em especial, no Ensino Médio. Assim, a luta continua! Diretoria FAEB – 2017/2018
ACONTECEU
II SEMINÁRIO DA REGIÃO NORTE : Educação, Arte e Intercultura Ocorreu em Manaus-AM entre os dias 13 e 15 de setembro o II Seminário da Região Norte: Educação, Arte e Intercultura organizado pela Escola Superior de Artes e Turismo, da Universidade do Estado do Amazonas. em parceria com a Universidade Federal do Amazonas e as Secretarias da Educação do município de Manaus e do estado. A ideia do Seminário surgiu em 2014 durante a realização do XXIV Congresso Nacional da Federação de Arte/Educadores do Brasil - ConFAEB, na cidade de Ponta Grossa-PR, no qual alguns Arte/Educadores da região Norte perceberam a necessidade de realizar um encontro regional e anual, para discutir questões específicas sobre a Arte e seu ensino nesta região. A primeira edição ocorreu em Boa Vista-RR, organizada e sediada por docentes das Licenciaturas em Artes Visuais e Música da Universidade Federal de Roraima. O II Seminário da Região Norte teve como principal finalidade, tecer discussões e reflexões acerca da produção artística e do ensino da Arte em suas diferentes dimensões educativas e estéticas, dando ênfase às questões que abrangem a região Norte do Brasil. Buscou-se também contribuir para a formação inicial e continuada dos Arte-educadores do Amazonas de forma particular e da Região Norte de forma geral, estabelecendo relações entre as instituições de ensino superior. Assim como, disseminar as práticas educativas e artísticas, pesquisas científicas e projetos de extensão que vem sendo desenvolvidos no campo das Artes, promovendo um espaço de inter-relação entre as produções educativas e artísticas entre os Estados da região Norte. Para tal as discussões do evento foram estruturadas em eixos temáticos que trataram sobre: Processos epistemológicos com o ensino e a aprendizagem no campo das Artes; Formação de professores e currículos integrados; Relatos de experiências com Arte-Educação na região Norte; Interdisciplinaridade nos saberes artísticos na Amazônia; e Processos criativos em Artes na região Norte. Ao final do seminário realizou-se uma Assembleia onde os participantes debateram acerca de questões relativas ao ensino de arte no estado e região, e elencaram situações problemas para serem discutidas no ConFAEB 2018 que se realizará em Brasília. Eneila Santos - UEA Coordenação Geral do II Seminário da Região Norte Ivete Souza da Silva - UFRR Coordenação do I Seminário da Região Norte Eneila Santos – UEA Coordenação Geral II Seminário da Região Norte Ivete Souza da Silva – UFRR Coordenação Geral do I Seminário da Região Norte
Oficina Corpo Ritual & III Mostra de Performances Corpo Ritual 4 a 27 de Outubro Quintas e Sextas: 19h a 22h Sábados: 14h a 18h Local: Centro Cultural Luiz Freire, Rua 27 de Janeiro, 181- Carmo (cidade Alta) Olinda-PE Leia a programação aqui.
18º Encontro de Reflexões e Ações no Ensino de Arte 26, 27 e 28 de setembro de 2018 Local: Universidade Federal de Uberlândia - UFU/MG Leia a programação aqui.
mural da faeb
O Grande Circo das Almas 29 de Setembro Sessões:18h & 20:30 Local: Teatro SESI, Av. João Leite, 1013, Setor Santa Genoveva. Goiânia-GO
O XV Encontro Regional: Centro- Oeste da ABEM Educação Musical em tempos de crise, percepções, impactos e enfrentamento. 25 a 27 de Outubro Local: Goiânia-GO Leia mais aqui.
27º Encontro da ANPAP Práticas e ConfronTAÇÕES 24 a 28 de setembro de 2018 Local: Instituto de Artes - UNESP Informações aqui.
2º Congresso intersaberes em Arte, Museus e Inclusão . 7º Bienal internacional de Arte Postal. 10º Encontro Paraibano de Arteterapia. ARTE & DIVERSIDADE O Congresso enfocará a temática: "Arte & Diversidade" o tema busca discutir as pesquisas realizadas no campo das Artes e da Museologia, que possibilitam novos modos de pensar, de agir e de dar acesso a arte e a cultura. Pretende-se enfatizar reflexões sobre as práticas de democratização do acesso aos bens culturais, bem como a valorização das culturas produzidas fora dos centros hegemônicos, valorizando a resistência cultural e as experiências transculturais. 22 a 24 de Novembro Local: Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), campus I, em João Pessoa. Leia mais aqui.
12º Primavera de Museus- Celebrando a educação em museus Pedagogias do Patrimônio: Apresentação dos resultados do projeto “Bonecas de cerâmica karajá como patrimônio cultural brasileiro: contribuições para sua salvaguarda” 17 a 23 de setembro Local: Mini-auditório Acary de Passos Oliveira, Museu Antropológico da UFG Leia a programação aqui.
12º Primavera de Museus- Celebrando a educação em museus Palestra: A cidade como Experiência Profª Drª Lilian Amaral, REM- SP 22 de setembro 15h às 17 h Local: SESC Bom Retiro/ SP Leia a programação aqui.
Vice Presidente: Ana Paula Abrahamian de Souza – UFRPE/PE Diretoria de Relações Institucionais: Verônica Devens Costa – SEME-PMV/ES Diretoria de Articulação Política: Fabiana Souto Lima Vidal – UFPE/PE Diretoria Financeira: Luzirene do Rego Leite – SEEDF/FADM Diretoria de Relações Internacionais: Sidiney Peterson Ferreira de Lima
ficha técnica
Prof.ª Dr.ª Leda Guimarães Presidente da FAEB EDITORES: Prof. Dr. Alexandre Guimarães Instituto Federal de Goiás - IFG Prof.ª Dr.ª Eliane Aparecida Andreoli Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra - SP Prof.ª Ma. Rosa Amélia Barbosa Instituto Federal do Paraná - IFPR Prof. Me. Sidiney Peterson Ferreira de Lima Universidade do Estado de São Paulo - UNESP Projeto gráfico Alexandre Guimarães Editoração eletrônica e diagramação Bárbara Stela Oliveira Ilustrações Recortes dos bordados do Grupo Bordelando Para contribuições e sugestões, escrever para: boletim.faeb@gmail.com
O conteúdo pode ser reproduzido, desde que sua fonte seja citada.