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Boletim da FAEB
Ilustração a patir de litografia de Célia Gondo. Goiânia, 2010.
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ASSOCIE-SE
editorial
Boletim da FAEB Ano 1 | Número 2 | Maio de 2018
O Boletim da FAEB é fruto de um grupo de trabalho composto por professores e professoras que fazem parte da Rede de Representantes da FAEB: Eliane Andreolli, de São Paulo, Rosa Amélia, do Paraná, Alexandre Guimarães, de Goiás, Sidiney Peterson, de São Paulo e eu, Leda Guimarães, de Goiás. O primeiro boletim de 2018 saiu em abril e nosso compromisso é divulgar um número por mês, até dezembro deste ano, com a seguinte estrutura: 1) editorial, 2) ConFAEB 2018, 3) diálogos internacionais, 4) ensaio visual, 5) relato de experiência artístico-pedagógica e 6) mural da FAEB. No espaço sobre o Confaeb 2018, divulgaremos, de forma processual, informações sobre inscrições, envio de trabalhos, detalhes da programação, especificidades sobre convidados(as), etc. Na seção Diálogos Internacionais, Sidiney Peterson, nosso diretor de relações internacionais, que no momento se encontra em seu estágio de doutoramento em Rosário, na Argentina, vem tecendo laços com o ensino da arte na América Latina através de entrevistas com educadores(as) de nuestros hermanos. Apesar de vizinhos, pouco conhecemos de suas lutas, história, concepções e práticas no campo do ensino de arte. Em seguida, temos a seção Ensaio Visual, onde apresentaremos a produção artística de professores, dando ênfase à necessária relação entre criação artística e exercício pedagógico, contrariando o chavão de que "quem ensina não faz arte". Neste número, temos um ensaio fotográfico de Maristela S. Rodrigues, professora do IFSP, Campus Jacareí. Como o título já diz, a próxima seção dá ênfase às reflexões sobre experiências pedagógicas em artes visuais, teatro, dança ou música. Essas experiências podem vir de espaços escolares e também fora da escola. Por fim, o Mural da FAEB reúne notícias de eventos, tais como: seminários, simpósios e conferências em nossa área. Poderá, também, trazer notícias de lançamentos de livros, revistas, etc. Esperamos que o Boletim FAEB circule nos lugares mais diversos: associações, escolas, museus, ONGs, universidades. Das escolas nas grandes cidades às escolas ribeirinhas. Para tanto, estamos organizando uma lista de e-mails que tenha essa amplitude. Caso não tenha recebido este boletim direto da nossa lista e o queira receber, entre em contato com secretaria@faeb.com.br. Por fim, desejamos que esse boletim entre nas frestas dos sistemas mais duros e, qual semente teimosa, insista em brotar fazendo o ensino da arte “desafinar o coro dos contentes” (Torquato Neto). Dr.ª Leda Guimarães Leia mais sobre a FAEB aqui.
Acesse a versão online: http://pub.lucidpress.com/faeb2/
De 6 a 9 de novembro
confaeb 2018 brasília - DF
O XXVIII Congresso Nacional da Federação de Arte-Educadores do Brasil e o VI Congresso Internacional dos Arte-Educadores será sediado em Brasília-DF, de 6 a 9 de novembro de 2018, em parceria com a Faculdade Dulcina de Moraes. O tema central do evento será ConFAEB 30 anos: ações políticas de/para enfrentamentos, resistências e recriações. Partimos das inquietações do momento atual em torno das políticas educacionais que afetam o âmbito da formação e das práticas nos campos das artes visuais, da dança, da música e do teatro, refletindo junto com a Prof.ª Isabela Frade (UERJ), quando ela diz que em águas de peixes grandes é necessário ser cardume. A federação tem trabalhado de forma coletiva com uma rede de representantes estaduais, a qual tem tratado questões sobre a construção de espaços para intensificar o diálogo entre as diversas realidades da arte- educação no Brasil, tendo em vista a identificação de problemáticas recorrentes nos diferentes estados da região. Ao mesmo tempo, compartilha ações políticas/artísticas/pedagógicas/culturais que reivindicam o lugar da arte na escola, nas comunidades, na rua, em diferentes projetos sociais, etc. O evento está sendo planejado a partir dos temas urgentes do momento: BNCC, Residência Pedagógica, crise das licenciaturas e outros assuntos que assombram as conquistas do nosso campo de conhecimento, ao longo desses 30 anos de existência faebiana. Em breve abriremos a chamada para o envio de trabalho. Esperamos que a presença neste ConFAEB, no coração do Planalto Central, seja um momento de rearticulação da nossa capacidade de luta! #confaeb30anos Leia mais sobre o CONFAEB aqui.
O diálogo que segue, com a arte/educadora Ethel Batres Moreno, da Guatemala, ocorreu via e-mail, entre os meses de março e abril do corrente ano. A ação faz parte do desejo da atual gestão da FAEB, em parceria com a rede de representantes, de trazer distintos olhares sobre o ensino de arte e suas políticas para o campo de atuação, dentre outros aspectos. Diálogos que seguem nas próximas edições do Boletim FAEB, sempre com professoras, professores, artistas e pesquisadores do campo da arte. SP: Ethel, para iniciar, você pode nos falar sobre a atual situação da educação artística na Guatemala? Pode nos falar sobre políticas públicas existentes para o campo educacional e, especificamente, para o ensino de arte? EB: Esta questão é extremamente complexa e, atualmente, a situação tem a dimensão quase como de uma facada no coração. Existem vários ângulos a partir dos quais você pode se concentrar. Tentarei ser sintética, para fornecer um mínimo de algumas referências históricas sobre Educação e Artes na Guatemala, com ênfase na educação musical, que é o meu campo de especialização. A Guatemala é um dos países que incluiu as artes em seu sistema educacional desde os primeiros tempos. Particularmente, duas linguagens: artes plásticas e música. Isso é considerado um sucesso, dado que o Conselho Latino-americano de Educação pela Arte - CLEA, considera a opção pela educação artística como um direito humano. Ao mesmo tempo, o Princípio nº 1 do Fórum Latino-americano de Educação Musical afirma: "A educação musical é um direito humano e deve estar presente ao longo da vida de uma pessoa, dentro dos processos educacionais e não educacionais”. Desde os tempos pré-hispânicos, temos como referência o alto grau de importância que a música teve dentro do povo maya k´iché, da Guatemala, como citado no Popol-Vuh: “Y eran pintores, músicos, artistas”. Após a invasão espanhola, em 1521, o bispo Francisco Marroquín Almolonga funda a escola das primeiras letras, introduzindo a música, de maneira sistemática, como ele observou: “de allí salieron los primeros acólitos y cantantes de ceremonias y alabados” (Batres de Zea: 1962, p. 89). A partir de 1538, chega o primeiro cantor profissional na Guatemala e, em 1548, ele funda o Colégio Tridentino, antecessor da Universidade, que incluía a música como um componente fundamental. Na escola pública, música e desenho eram obrigatórios (González Orellana, 1970). A música é mantida na formação escolar durante os períodos de independência e, também, depois da Reforma Liberal, de 1871. A educação musical promoveu, em termos gerais, duas opções: A formação de músicos profissionais para se integrar aos grupos que acompanhavam, principalmente, a música litúrgica católica nas diferentes paróquias; Em menor grau, a conformação de coros escolares e diversos grupos de estudantes, especialmente as denominadas "tunas" ou "estudiantinas". É dessa época a fundação do Conservatório Nacional de Música e o surgimento de escolas normais, que sempre incluíram tanto a música quanto as artes na formação de professores. A Revolução de 1944 beneficia plenamente as artes e a educação, favorecendo a revisão dos currículos do Conservatório Nacional de Música e da Escola de Artes Visuais em relação à formação de professores. Além disso, favorece a incorporação da dança (que não era praticada no ambiente escolar) e a busca de dotar o desenho infantil de um sentido criativo que o afastasse do desenho linear e copiado. Por volta de 1945, foi criada a Direção Geral de Educação Estética, a fim de garantir as atividades artísticas nos centros educacionais do país (música, teatro, dança e artes plásticas foram incluídas, embora nem todas as escolas tivessem professores especializados, por razões orçamentais). Em 1959, é fundada a Escola Normal Jesus Maria Alvarado para professores de educação musical e, em 1971, a Universidade de San Carlos abre a carreira do Ensino Secundário em Artes Plásticas e História da Arte. Em 1996, aproximadamente, durante o processo de regionalização educacional e descentralização administrativa, a direção de Educação Estética desapareceu e a arte escolar guatemalteca iniciou um complexo processo de problematização administrativa, conceitual e de realização em sala de aula, cuja tendência foi a globalização e sua invisibilização. A partir do ano 2000, inicia-se o processo de Reforma Educativa e Transformação Curricular. A área tradicionalmente denominada "Educação Estética" muda em diferentes etapas para: "Beleza, trabalho e lazer" e "Áreas Práticas". Nesse processo, foi nomeada como "Expressão Artística" no ensino fundamental. Infelizmente, trata-se de uma área abordada de forma variável e em alguns casos está a cargo do professor generalista, sem treinamento especializado. Em outros, há especialistas que são obrigados a trabalhar, além de sua área, em outros componentes artísticos para os quais não estão preparados. Em alguns casos, um especialista trabalha com sua área de especialização. No nível secundário, a partir de 2018, houve uma forte mudança. Os alunos tinham como áreas formativas separadas tanto a formação musical como as artes plásticas. Mas, desde janeiro passado, houve uma redução na carga de trabalho e os estudantes, agora sob a área de "Educação Artística", com menos períodos de trabalho, devem receber uma ou mais artes. Isso gera uma grande confusão e não há uniformidade na diretriz. Em alguns casos, o mesmo professor (que pode ou não ser um especialista) ensina tudo, seja de maneira separada ou mesclada. A situação levou até à demissão de professores de música ou professores de artes plásticas. Uma medida que, sem dúvida, é vista como um retrocesso pela comunidade educativa. Sobre a formação especializada, há repercussões: no ambito universitário, não foi alcançado o processo de transformação do professorado e a criação das carreiras específicas das diferentes disciplinas de ensino da arte. SP: Entre os dias 23 e 26 de agosto de 2017, foi realizado o XXII Congresso do CLEA (Conselho Latino-americano de Educação pela Arte) na Guatemala, organizado e coordenado por você, em parceria com uma grande equipe. Na programação deste congresso, foi realizada a mesa "FAEB, uma experiência de 30 anos de trabalho como uma experiência eficiente na América Latina". Do seu ponto de vista, qual é a recepção e as implicações dessa mesa para o congresso e para os professores de arte da Guatemala? EB: A organização do XXII Congresso Latino-americano de Educação Artística na Guatemala foi um evento de relevância incomum. Contou com uma massiva presença de participantes nacionais, com uma grande delegação de convidados da América Latina e com o apoio dos Ministérios da Educação e Cultura. No Congresso do CLEA, foi realizado uma mesa, como disse, com a participação da FAEB. A apresentação dos palestrantes deu um panorama interessante, rico, de esperança e muito promissor para a Guatemala. Por que esperançoso? Porque permitiu que os participantes visibilizassem, de forma concreta, uma síntese de ações, gestões e propostas já realizadas em um período de 30 anos, por meio de uma organização sólida e bem fundamentada no Brasil. Da mesma forma, motivou a reflexão sobre os componentes ideológicos, epistemológicos e metodológicos oriundos de uma construção em que, mais do que ações individuais, se propõem ao coletivo, na qual a ação de muitos pode contribuir de forma eficiente para realizações transformadoras. As participações dos diferentes palestrantes na mesa orientaram diferentes aspectos do trabalho, além de gerar dúvidas, questionamentos e mover a auditoria para uma conversa rica e interessante, que foi interrompida apenas por motivos de tempo para a discussão. Paralelamente, dentro do congresso, o CLEA desenvolveu a "Carta da Guatemala", um documento com premissas fundamentais sobre a consideração do papel das artes e da educação em benefício das sociedades. A partir de um esbanjamento de entusiasmo e otimismo, a seção CLEA-Guatemala acreditou que o impacto alcançado com esse evento latino-americano abriria portas políticas que favoreceriam mudanças positivas nas diretrizes educacionais relacionadas às artes. Infelizmente, não foi assim. No início de 2018, o novo ano escolar abriu as portas com uma redução na carga de trabalho para as artes, uma política de avaliação que não está de acordo com as expectativas dos educadores de arte, gerando até a perda de empregos para professores de música e artes visuais. Tudo isso gerou descontentamento em muitos educadores de arte e, embora houvesse protestos, a oposição e o Ministério da Educação abriram o diálogo, mas os resultados não deixaram satisfeitas as partes interessadas. O grande perdedor neste processo tem sido o país. As artes estão incluídas no currículo, não há dúvidas sobre isso. Mas aparecem de maneira genérica, com ambiguidade em sua definição, na visão de seu alcance e com uma política de avaliação deficiente em relação às suas possibilidades. SP: Você já participou de diferentes edições do ConFAEB. Qual a sua percepção sobre a FAEB no campo das lutas pelo ensino de arte no Brasil e qual a sua opinião sobre a importância da FAEB no contexto latino-americano? EB: Eu tive a oportunidade de ser convidada para edição do ConFAEB em Ponta Grossa, em 2014, e em diferentes eventos internacionais onde encontro representantes da FAEB. A partir desses encontros, pude me aproximar da Federação e vejo alguns elementos relevantes: As organizações de base, na América Latina, são quase milagres. Espero não exagerar com o mencionado. Mas eu explico: elas geralmente surgem a partir da pressão e urgência para atender às demandas ou resolver conflitos emergentes de condições, geralmente precárias, relativas à satisfação das necessidades educacionais, associativas, profissionais, etc. Consequentemente, muitas dessas organizações nascem e morrem quase simultaneamente, desaparecendo sob a impossibilidade de sustento. Muitas vezes são voluntárias (e isso dificulta sua manutenção). Outras vezes, por exemplo, são projetos sob a linha de um importante líder que, ao ser substituído por outro, tende a enfraquecer a organização. Nesse sentido, ter uma Federação com 30 anos de existência presente em todos ou quase todos os estados brasileiros, nutrida e devidamente fortalecida com regulamentos legais, organizada sob preceitos ideológicos claros, apoiada por contribuições voluntárias dos seus membros, promovendo atividades acadêmicas de alta projeção nos planos formativos e divulgadores de experiências educativas e artísticas é, realmente, uma fonte de orgulho para o impacto intranacional e exemplar para outros conglomerados, seja referencialmente em outras áreas do conhecimento ou no campo arte-ducativo internacional. O nível de gestão, projetos e realizações da FAEB é diretamente proporcional ao seu espírito de trabalho, destacando a coesão entre seus membros e a convicção nos objetivos que compartilham. Ou seja, o ensino de arte no Brasil recebeu o benefício da organização e esta situação se torna modelo e referencial para a América Latina. SP: Frente ao panorama político educacional na América Latina, como você pensa o ensino de arte nas escolas públicas e privadas e que ações são necessárias? EB: Eu ainda acredito na presença das artes na escola como um direito humano e uma imensa possibilidade de desenvolvimento, transformação e libertação. A América Latina continua a viver como prisioneira, à margem da desigualdade, do colonialismo, do silenciamento. A sociedade neoliberal provoca o engano de uma sensação frustrante e de vergonha para quem não se encaixa em seus parâmetros de rendimento. Byun-Chul Han menciona que “En esto consiste la inteligencia del régimen neoliberal. Dirigiendo la agresividad hacia sí mismo, el explotado no se convierte en revolucionario, sino en depresivo”. E aí, precisamente, vemos a força política de negação das artes na educação: a oportunidade de reprimir os resquícios de liberdade, autonomia e ação. No esforço de limitar as reações do indivíduo, rotuladas e entorpecidas dentro de modas pedagógicas que nos fazem sentir "atualizados", quando na realidade estão se distanciando dos referentes profundos da formação humana. Neste momento, mais do que aprofundar a abordagem das artes na educação (tarefa fundamental, que eu não evito ou minimizo de forma alguma, por favor, eu não quero que isso seja distorcido), considero que a principal luta é pela SOBREVIVÊNCIA. Devemos garantir a EXISTÊNCIA, PRESENÇA E PERMANÊNCIA das artes na escola. Para isso, grupos atentos, conceitualmente definidos, altamente comprometidos e academicamente formados devem se tornar porta-vozes dos conglomerados de ensino e fazer uma presença constante nos centros de governo das diferentes instâncias que incidem na educação. É provável que a educação privada conserve as artes e isso é bom. No entanto, queremos isso para todos e não apenas para aqueles que podem pagar, pois nos afastaria do princípio da acessibilidade como um direito fundamental e contribuiria para dividir ainda mais as já marcantes diferenças em nossa América Latina. SP: Você pode deixar uma palavra para os faebianos e faebianas? Agradeço à FAEB pela oportunidade de compartilhar esse diálogo entre os professores. A conversa que liga os colegas da América Latina é fundamental e deve ser promovida com mais força, de modo que, a partir desses intercâmbios, possam surgir ações capazes de provocar efeitos em cadeia. A grande educadora argentina Violeta de Gainza disse uma frase que me encanta: “Valen más los pasos de hormiga, pequeños pero constantes, que los hechos espectaculares, pero aislados y únicos”. Eu acredito nisso. Combinar nossa caminhada, por mínima que seja, mas firmes na constância, na convicção e na luta, sem dúvida, não será em vão. Muito obrigada.
Diálogos INTERNACIONAIS BORRANDO BARREIRAS
Ethel Batres Moreno / Imagem concedida pela entrevistada
Enrevista com Ethel Batres Moreno - FLADEM Por Sidiney Peterson
ENSAIO
Maristela Sanches Rodrigues Professora de Arte do Instituto Federal de São Paulo, Campus Jacareí
Sombra é memória efêmera. São José dos Campos, 2018.
Fronteiras Nevrálgicas: Luz e Trevas
FOTOGRÁFICO 1
Dar a ver... São Paulo, 2017.
FOTOGRÁFICO 2
Envolventes Curvas Arquitetadas
Chiaroscuro! São Paulo, 2017.
Curvilínea existência. São Paulo, 2018.
Rino Levi-Me. São José dos Campos, 2018.
Decolagem. São José dos Campos, 2018.
dRAMATURGIA EM JOGO UM BREVE RELATO DE EXPeriêNCIA Professora Karine Ramaldes
Foto: Clodoaldo Marques (2017). Teatro SESI. Apresentação da peça Problema de Família (construção coletiva via processo colaborativo). Alunos da foto: Gustavo Freitas, Eduarda Ribeiro, Andressa Miguel, Ana Clara Felix Siqueira, Giovanna Lopes, Giovana Marques.
O presente relato refere-se ao processo de construção de textos dramáticos, realizado por alunos do ensino fundamental II (6º ao 9º ano), a partir de um processo colaborativo que envolveu os jogos teatrais. Todo o processo foi desenvolvido nas aulas de teatro (formato de oficinas) ministradas na Escola SESI Planalto, situada na cidade de Goiânia- GO. No ano de 2017, organizei um planejamento propondo que as turmas de veteranos escrevessem seus próprios textos dramáticos, em conjunto. Ou seja, toda a turma estaria envolvida em um processo colaborativo de escrita. Este trabalho foi desenvolvido com quatro turmas distintas, com alunos de 11 a 16 anos. Cada turma tinha uma aula de teatro semanal, com duração de 2 horas. A preocupação com os textos desenvolvidos não estava direcionada para a escrita de um texto dramático “pedagogizado”, que trouxesse uma lição implícita ou explícita no mesmo. O interesse estava centrado na experiência em construir uma dramaturgia coletivamente, no desenvolvimento do processo criador dos alunos, no desenvolvimento do protagonismo dos mesmos, em explorar a autonomia, os anseios, as experiências que eles traziam, as sensibilidades, reflexões, ou seja, o interesse estava direcionado para o processo pedagógico. Iniciamos o processo com a discussão sobre o que os alunos entendiam por dramaturgia, perpassamos pela tempestade de ideias sobre o que tinham interesse de levar para a cena teatral. Daí por diante, as ideias foram desenvolvidas numa sequência de 10 aulas, que articularam jogos teatrais e o processo de escrita dos alunos, onde a prática do jogo era material para a escrita e a escrita material para o jogo. O trabalho resultou em três textos teatrais que foram encenados pelos alunos e agora serão organizados em livro. Como pontuado por uma das alunas: “A maior lição que eu levo dessa atividade é que todos temos a capacidade de criar e, se for ao lado de um grupo unido, o resultado da criação pode ser maravilhoso.” (Giovanna Lyssa, 15 anos).
KARINE RAMALDES Doutoranda em Performances Culturais - Universidade Federal de Goiás (UFG). Autora junto a Robson Corrêa de Camargo do livro Os Jogos Teatrais de Viola Spolin- Uma Pedagogia da Experiência (Goiânia: Kelps, 2017). Atriz, Arte educadora, atuando no ensino básico, superior e na formação continuada de professores. Possui mestrado em Performances Culturais pela UFG (2015), especialização em Arte/ Educação pela FINOM (2010) e graduação em Licenciatura em Artes Cênicas pela UFG (2005). kramaldesatriz@gmail.com
mural da faeb
Boletim da FAEB Ano 1 | Número 1 | Maio de 2018
II Seminário Internacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual 4 a 6 de setembro de 2018 O II Seminário Internacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual é um evento voltado a pesquisadores e estudantes de pós-graduação em arte, cultura visual e áreas afins, interessados na interlocução, cooperação e divulgação de seus projetos e pesquisas. Local: Faculdade de Artes visuais, Goiânia, FAV/UFG. Inscrições: de 15/04/2018 a 10/06/2018. Leia mais aqui.
XVI Encontro Regional de História 15 a 18 de Julho de 2018 O XVI Encontro Regional de História (ANPUH/PR) – Tempos de Transição tem como objetivo refletir sobre a produção historiográfica atual, debatendo também o tempo presente . Local: UEPG Ponta grossa, PR. Leia mais aqui.
IV Simpósio Internacional Formação de Educadores em Arte e Pedagogia 11 a 13 de junho de 2018 Local: Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP.
IV Congreso de estudios poscoloniales y VI Jornadas de Feminismo Poscolonial 12 a 15 de novembro de 2018 Local: Universidad de San Martín e Universidad de Buenos Aires. Leia mais aqui.
Exposição Jean-Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi 21 de abril a 06 de julho de 2018 Local: CCBB, Brasília. Leia mais aqui.
Jornada de Artes da UEMS Para que serve o Ensino das Artes na Escola? 29 a 31 de Agosto de 2018 Acontecerá em conjunto com o III Seminário Cultura e Educação e o I Congresso Estadual para Arte Educadores de Mato Grosso do Sul Local: UEMS, Campo Grande, MS. Leia mais aqui.
ficha técnica
Vice Presidente: Ana Paula Abrahamian de Souza – UFRPE/PE Diretoria de Relações Institucionais: Verônica Devens Costa – SEME-PMV/ES Diretoria de Articulação Política: Fabiana Souto Lima Vidal – UFPE/PE Diretoria Financeira: Luzirene do Rego Leite – SEEDF/FADM Diretoria de Relações Internacionais: Sidiney Peterson Ferreira de Lima
Prof.ª Dr.ª Leda Maria de Barros Guimarães Presidente da FAEB EDITORES Prof. Dr. Alexandre Guimarães Instituto Federal de Goiás - IFG Prof.ª Dr.ª Eliane Aparecida Andreoli Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra - SP Prof.ª Ma. Rosa Amélia Barbosa Instituto Federal do Paraná - IFPR Prof. Me. Sidiney Peterson Ferreira de Lima Universidade do Estado de São Paulo - UNESP Projeto gráfico e editoração eletrônica Alexandre Guimarães Estagiária assistente de editoração Bárbara Stela Oliveira Obra da capa: Litografia de Célia Gondo, 2010. O conteúdo pode ser reproduzido, desde que sua fonte seja citada. Para contribuições e sugestões, escrever para: boletim.faeb@gmail.com