Abril
Boletim da FAEB
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ASSOCIE-SE
A diretoria da FAEB tem procurado trabalhar com uma noção de rede na qual diretoria, representantes estaduais e representantes do Conselho da FAEB se articulam na elaboração de ações frente às inúmeras demandas relativas ao exercício profissional e às políticas educacionais para o ensino de arte. No ConFAEB 2017, em Campo Grande-MS, foram criados Grupos de Trabalho que produziram documentos sobre a liberdade de expressão e outro mais específico que foi encaminhado ao CNE sobre a presença do ensino de Arte na BNCC. Em 2018, reunidos em um grupo de WhatsApp para o estreitamento de conversas e planejamentos, os representantes estão se subdividindo em outros GTs, tais como: 1) revisão do estatuto e regimento, 2) Boletim da Faeb, 3) mapeamento de ensino de arte em espaços não formais e 4) Biblioteca FAEB, que visa à criação de um espaço em nosso site que reunirá teses, dissertações e relatos de experiência para download. Em conjunto com o núcleo do Pará, foi enviado um documento para a Assembléia Legislativa, solicitando uma revisão das políticas curriculares junto aos órgãos públicos e privados do Estado. Outra ação foi a carta enviada para a coordenação do ProfArtes em conjunto com a AMAE/MA, reivindicando a especificidade da formação específica em arte para os candidatos daquele programa. Outro fator importante da formação dessa rede é o processo de reconhecimento mútuo dos diversos representantes que revelam onde atuam, que problemas enfrentam, que ações desenvolvem, etc. A ideia é expandir a força da coletividade na luta em prol da arte/educação e um passo importante para a luta política é reconhecermo-nos na coletividade e nela entendermos nossa diversidade. O próximo boletim será dedicado exclusivamente às ações da FAEB em resposta às políticas nacionais, ao trabalho dos GTs e às articulações que estão acontecendo em nossos estados em relação à BNCC. Leia mais sobre a FAEB aqui.
a rede de representantes da faeb
Boletim da FAEB Ano 1 | Número 1 | Abril de 2018
De 6 a 9 de novembro
confaeb 2018 brasília - DF
O Congresso Nacional da Federação de Arte Educadores do Brasil - ConFAEB acontece anualmente e, neste ano, Brasília sediará o evento. O congresso tem sido realizado por meio de parcerias nacionais, latino-americanas e internacionais. O evento reúne estudantes, professores, bacharéis, pesquisadores, mestres da cultura e interessados em ensino e pesquisa em Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. Leia mais sobre o CONFAEB aqui.
Oscar Niemeyer: Google Imagens.
A Universidade Federal de Pernambuco - UFPE concedeu o título de Professora Doutora Honoris Causa à Ana Mae Bastos Barbosa, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, em atenção a pedido do professor Dr. Everson Melquíades, do Departamento de Métodos e Técnicas, encaminhado pelo Conselho Departamental do Centro de Educação da UFPE. O título foi entregue em solenidade no Auditório João Alfredo, na Reitoria da universidade no dia 13 de abril de 2018. O ato seguiu um ritual no qual a professora foi apresenta por professores da UFPE e foi feito uma leitura da sua contribuição para a instituição e para a área de Artes. O panerígio (texto da homenagem) foi lido pelo professor Fernando Azevedo da UFRPE, que destacou que a professora Ana Mae tem a sua marca na democratização do acesso às artes e à cultura. A FAEB se fez representar nesse importante momento, com as presenças das professoras Leda Guimarães, atual presidente da associação, Fabiana Vidal, atual Diretora de Relações Institucionais e Vitória Amaral (ex-presidente na gestão 2013/2014), além de demais faebianos pernambucanos que prestigiaram nossa querida Ana Mae. No seu discurso de agradecimento, Ana Mae ressaltou o momento de ameaça às conquistas do ensino da arte no presente momento e ressaltou a necessidade de ações de resistência e de esperança.
UFPE CONCEDE O TÍTULO DE doutora HONORIS CAUSA À PROFESSORA ANA MAE BARBOSA
Leda Guimarães.
Alexandre Guimarães
A FAEB, atenta às discussões sobre as recentes políticas públicas educacionais brasileiras, posiciona-se, dando voz à comunidade da arte-educação engajada no movimento faebiano. Nesse sentido, explicita alguns pontos problemáticos da BNCC no que diz respeito ao “componente Arte” no ensino fundamental e no médio. A proposta da BNCC promove o retrocesso das conquistas que o ensino da arte alcançou nas últimas décadas. Debates, enfrentamentos e parcerias junto ao poder legislativo federal resultaram na obrigatoriedade do ensino das quatro linguagens da arte na educação básica, com a LDB 9394/96 e a Lei 13.278/16. Nesta última – que define as linguagens constituintes do componente Arte (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro) – fica evidente a objeção à polivalência, quando diz que “o prazo para que os sistemas de ensino implantem as mudanças decorrentes desta Lei, incluída a necessária e adequada formação dos respectivos professores em número suficiente para atuar na educação básica, é de cinco anos. No entanto, a orientação da Lei – para que os respectivos professores de cada uma das quatro artes tenham a adequada formação – está sendo desconsiderada pela BNCC. Isso se evidencia quando lemos que as Artes Visuais, a Música, a Dança e o Teatro são consideradas como “unidades temáticas”. Assim como “ginástica” é uma unidade temática da Educação Física e “números”, uma unidade temática da Matemática, a BNCC quer estabelecer que as linguagens da arte são meras unidades temáticas do componente Arte. Mesmo com essa redução epistemológica, a BNCC pretende que “...o componente Arte contribua com o aprofundamento das aprendizagens nas diferentes linguagens...” (BNCC Ensino Fundamental, p. 203). Ainda, ao tratar as linguagens como unidades temáticas, o texto da base induz a pensar-se na possibilidade de uma polivalência no ensino da arte. Aparece também a unidade temática “artes integradas”, que “explora as relações e articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas...” (BNCC Ensino Fundamental, p. 195). Aqui o texto é omisso ao não apontar para práticas interdisciplinares, deixando, tendenciosamente, margem para interpretações que defendem o equívoco da polivalência. No ensino médio, a Arte deixa de ser componente curricular e passa a fazer parte da área do conhecimento “Linguagens e suas Tecnologias”, juntamente com Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa. Sobre a área de Linguagens e suas Tecnologias no Médio, o documento diz: “No Ensino Médio, o foco da área de Linguagens e suas Tecnologias está na ampliação da autonomia, do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens [...] (BNCC Ensino Médio, p. 470). Num primeiro momento pode-se entender que as artes terão condições de atender a esse foco por meio de um trabalho interdisciplinar, o que é corroborado em diversos momentos, como ao citar o Parecer CNE/CP nº 11/2009, que diz que a organização das áreas do conhecimento “não exclui necessariamente as disciplinas, com suas especificidades e saberes próprios historicamente construídos, mas, sim, implica o fortalecimento das relações entre elas e a sua contextualização para apreensão e intervenção na realidade, requerendo trabalho conjugado e cooperativo dos seus professores no planejamento e na execução dos planos de ensino”. No entanto, não aparecem “competências específicas” de nenhuma das quatro artes na Base do Ensino Médio. Os conteúdos próprios das quatro artes foram diluídos, comprometendo a especificidade de cada campo de conhecimento artístico. Alertamos que essa diluição das linguagens artísticas na área do conhecimento Linguagens pode trazer consequências danosas não apenas para a formação do/as jovens brasileiro/as, mas poderá corromper a formação inicial e continuada do/as professore/as das quatro artes. Sabe-se que, no Brasil, o acesso ao conhecimento artístico tem seu lugar privilegiado na escola e, por isso, nos preocupa que a limitação do conteúdo obrigatório seja de apenas 60% da carga horária no Ensino Médio. É previsível que as escolas particulares terão mais condições de oferecer maior número de itinerários formativos, enquanto que as públicas oferecerão menos, o que aumentará ainda mais as diferenças.
BNCC do ensino médio
Alexandre Guimarães. Estudantes do ensino médio integrado ao técnico do Instituto Federal de Goiás - Campus Aparecida de Goiânia.
Prf.ª Dr.ª Maria Helena Wagner Rossi Universidade de Caxias do Sul Conselho de Representantes da FAEB
faça parte da faeb conheça um pouco da nossa trajetória
O que é a FAEB? A FAEB é a Federação de Arte Educadores do Brasil, fundada em 1987, e vem lutando pela existência e melhorias do ensino da arte no Brasil. Desde sua fundação, a FAEB congrega profissionais de diferentes instituições, formais e não-formais, e trava lutas em torno das questões políticas e epistemológicas no campo da Arte/Educação. A FAEB se estrutura na diretoria (eleita a cada 2 anos), no Conselho de Representantes da FAEB (ex-presidentes e ex-vice-presidentes), Conselho Fiscal, Representantes Estaduais, Associações Estaduais ou Regionais, Sócios Honorários e toda a comunidade de associados(as) da Federação. Quem pode se associar à FAEB? Profissionais da área do ensino de arte em todas as linguagens (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro), profissionais em exercício na Educação Básica, na Educação Superior e no ensino não formal, estudantes de graduação e de pós-graduação nesse campo, mediadores(as) de educação em museus e ligados à educação patrimonial, profissionais em instâncias de educação indígena, quilombola e outras instâncias que desenvolvem a docência na área de arte. Por que se associar à FAEB? A Federação de Arte/Educadores do Brasil se configura como um coletivo mobilizado em dialogar, discutir, lutar pela presença da arte na educação, assim como pelas políticas voltadas para a formação de arte/educadoras e arte/educadores no Brasil. Trabalha a partir de diretorias que são eleitas em assembleias, mas conta com a participação de todas as pessoas que se associam. Por isso não se delimita à diretoria, mas a todos que compõem a federação. Tem nos congressos (ConFAEB) um espaço de encontros, debates e encaminhamentos que possam fundamentar ações no campo de atuação. Os encontros no ConFAEB, como afirma a arte/educadora Ana Mae Barbosa, se configuram como lugar de desenvolvimento de diálogos que possibilitem a ampliação de conhecimentos acerca da área, bem como levar a ampliação de saberes acerca da FAEB, ou seja, é no espaço de um congresso que há trinta anos (completos em 2018) se discute a importância da arte no processo educacional, entre outros tópicos de suma relevância para a área de conhecimento. Quais as vantagens de se associar à FAEB? A associação permite nos compreendermos no coletivo como um corpo de profissionais no campo do ensino de arte (artes visuais, dança, música e teatro) em espaços de educação formal e não formal. Nesse coletivo, que é feito na diversidade, podemos compreender nossa trajetória, nossas lutas, reivindicações e conquistas. Convivemos constantemente com ameaças de retiradas da Arte no currículo da Educação Básica e, no âmbito da formação superior, com a retirada dos cursos da nossa área dos programas federais. Precisamos de uma Federação com um número significativo de sócios(as) para podermos continuar lutando para dar visibilidade às questões da Arte/Educação. Politicamente, ser associado(a) é uma forma de fortalecer o nosso campo e as nossas lutas. O sócio da FAEB pode gerar sua carteirinha pelo site. Essa identificação concede descontos em museus, mais notadamente de capitais como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda, se você é associado(a), poderá cadastrar sua dissertação ou tese para que os demais sócios tenham acesso e assim divulgarmos a produção de conhecimento em nossa área (projeto em desenvolvimento). Como me associar à FAEB? A associação na FAEB implica em fazer o cadastro em nosso site, faeb.com.br, e o pagamento da anuidade (um valor que varia de acordo com a formação acadêmica e profissional). A partir de 2018, todo (a) o(a) associado(a), mesmo os(as) que já fizeram sua associação há anos, deverá renovar seu cadastro. O objeivo do cadastro é a construção de um banco de dados completo. No site, é possível baixar os anais do ConFAEB, consulatar documentos, cartas e ofícios relativos às reivindicações da área. Leia mais sobre a federação aqui.
IV Encontro de Arte/Educadores do Estado de São Paulo 4 de maio, 9 - 20h Local: UNESP/Bauru Informações e inscrições: faebsaopaulo@gmail.com .
mural da faeb
I Fórum de Arte: Ensino e Formação Docente na UNEB O evento será realizado dentro da programação da V EXPOTUDO 2018, com data prevista nos dias 3 e 4 de maio de 2018, na cidade de Salvador, no Campus I da Universidade Estadual da Bahia. Leia mais aqui.
Seminário do INSEA, em Namibia - Africa: Construindo coesão social através da arte/educação 29 outubro a 2 de novembro/2018 Este seminário InSEA, a ser realizado em parceria com a Sociedade para a Educação de Artes na Namíbia (SAEN), visa divulgar o InSEA em países africanos e promover o diálogo e a partilha da práxis e pesquisa sobre educação através da arte. O Foco especial será sobre coesão social através da educação das artes. A chamada estende-se a todos os educadores, professores, artistas e pesquisadores de todos os continentes interessados nesse tema, convidados a compartilhar suas experiências e reflexões durante este grande evento. Sub-temas incluem o papel do ensino de arte e questões de identidade, patrimônio, liberdade de expressão e direitos humanos, construção de cidadania e responsabilidade social, arte-terapia, educação não formal e questões de gênero. Acesse o site aqui.
ficha técnica
Vice Presidente: Ana Paula Abrahamian de Souza – UFRPE/PE Diretoria de Relações Institucionais: Verônica Devens Costa – SEME-PMV/ES Diretoria de Articulação Política: Fabiana Souto Lima Vidal – UFPE/PE Diretoria Financeira: Luzirene do Rego Leite – SEEDF/FADM Diretoria de Relações Internacionais: Sidiney Peterson Ferreira de Lima
Prof.ª Dr.ª Leda Maria de Barros Guimarães Presidente da FAEB EDITORES Prof. Dr. Alexandre Guimarães Instituto Federal de Goiás Prof.ª Dr.ª Eliane Aparecida Andreoli Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra - SP Prof. Dr. Elísio Silva IFBaiano Prof.ª Ma. Rosa Amélia Barbosa Instituto Federal do Paraná Prof. Me. Sidiney Peterson Ferreira de Lima UNESP Projeto gráfico e editoração eletrônica Alexandre Guimarães O conteúdo pode ser reproduzido, desde que sua fonte seja citada. Para contribuições e sugestões, escrever para: boletim.faeb@gmail.com